O Pantanal e o Pantaneiro

08/04/2018

PANTANAL:

O pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km² em área do Brasil. Em solo brasileiro tem 65% de seu território no noroeste do estado de Mato Grosso do Sul e 35% ao sul de Mato Grosso.

A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância.

Um dos maiores complexos de pântanos do mundo, é internacionalmente conhecida pela sua diversidade zoológica: aves, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos e peixes.

Pelas suas características e importância esta área foi reconhecida pela UNESCO, no ano 2000, como Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.

Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal.

Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos; O clima é quente e úmido no verão, e frio e seco no inverno.

A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região.

O Pantanal é uma planície de aproximadamente 230 mil km², medida estimada pelos estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões, por em vários pontos ser muito difícil estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as regiões que o circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o Pantanal se modifica.

Considerada uma das maiores planícies de sedimentação do planeta, o Pantanal estende-se pela Bolívia, Paraguai e Argentina, países em que recebe outras denominações, sendo Chaco a mais conhecida, em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira.

Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há milhões de anos, formando o que se pode chamar de mar interior, a planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas.

Seus limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai - os principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda e Apa. Esses rios percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies pampeanas centrais.

O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em dois períodos bem distintos, durante os meses da seca - de maio a outubro, aproximadamente - , a paisagem sofre mudanças radicais: no baixar das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior, as águas escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais que ligam as águas de baías, lagoas, alagados etc. com os rios próximos).

HOMEM PANTANEIRO:

Um estilo de vida que passa de geração a geração. Mais que um modo de viver, o homem pantaneiro criou tradições, hábitos e difundiu técnicas no campo.

Fala simples, hábitos arraigados, humildade e amor por sua terra, sua cultura e seu trabalho. Este é o homem pantaneiro que há mais de duzentos anos habita a maior planície alagada do mundo, o Pantanal. Essa figura característica da região aprendeu a conviver em harmonia com um universo inundado, úmido e seco. De fato que a formação do pantaneiro têm-se origens indígenas bem como suas características, vivendo homem e natureza de forma amigável um protegendo o outro.

Seu dia a dia aparenta certa dificuldade onde qualquer outra pessoa não conseguiria vivenciar essas particularidades por não estar habituado com aquele modo de viver.

Sua integração com a natureza é visível, pois entende os fenômenos naturais sem mesmo nunca tê-los estudado em escola formal. Sabe quando plantar, quando colher, quando apartar o gado... No pantanal há momento certo pra tudo. O pantaneiro se destaca pelo ambiente diferenciado e por atividades ao acordar e dormir que o distinguem dos demais peões. Quem nasceu e criou-se no Pantanal aprende ainda criança a arrumar a tralha, acordar de madrugada, conhecer as ervas medicinais da região, pescar e comer peixes, comer carreteiro e passar o dia no campo.

O homem do Pantanal aprendeu a retirar do ambiente que o cerca as substâncias especiais para utilização medicinal, herança dos índios - antigos habitantes - e dos povos vizinhos como os paraguaios e bolivianos. Peão ou fazendeiro, integrado a tudo que o rodeia, sabe que as ações da natureza, enchentes e secas, são responsáveis pela riqueza e vida no Pantanal. As distâncias e o difícil acesso às demais regiões fizeram-no acostumar-se ao isolamento e à solidão, o que é quebrado quando ele manifesta o sentimento de cooperação no manejo do gado ou na participação de festas tradicionais em fazendas vizinhas.

"Ser pantaneiro é amar o que faz, respeitar a natureza e nunca se esquecer das suas tradições". Assim define os amigos do pantanal.

Na pesca se envolve no silencio dos rios e corixos, paciência e exatidão ao pescar. Tempos atrás os pantaneiros pescavam com arco e flecha.

O pantaneiro nasceu ali, cresceu ali e convive ali. Convivendo na realidade de uma região considerada inóspita, tem como meio de transporte mais utilizado o cavalo pantaneiro, resistente ao trabalho dentro d'água, e as embarcações de variados tamanhos e tipos.

Nas comitivas pantaneiras são costumeiras e as viagens podem duravam até meses, hoje há casos de semanas. Reúnem dezenas de peões e são necessárias para deslocar o gado de uma propriedade para outra, antes da época de cheia (de outubro a março). Fazem parte da comitiva o ponteiro (quem toca o berrante), o fiador (quem toca a boiada), os peões e os culateiros (quem vai por último, cuidando para que nenhuma rês se perca). "A quantidade de integrantes da comitiva depende do tamanho da boiada, ou seja, quanto mais gado, maior terá de ser a comitiva", afirmam os vaqueiros.

Durante os longos dias de viagem, a comitiva que conseguir pouso em alguma propriedade está salva de dormir ao relento, caso contrário, todos se acomodam no corredor (espaço estreito entre uma cerca e outra, dividindo as propriedades).

No esporte, a atividade do pantaneiro é o laço; antigamente, não havia cercas para contenção do gado e, aos poucos, eles iam se tornando bravos e selvagens, conhecidos como baguás. Assim, a única forma de pegá-los era utilizando o laço, e o homem campeiro, até para sobreviver, foi se tornando um exímio laçador. Com o passar dos tempos, o campeiro de Poconé e da região pantaneira fez do laço mais que um trabalho, mas um hábito, uma arte, e hoje, um hobby. Essa arte foi sendo transmitida de pai para filho, de geração a geração, até chegar à criação dos Clubes de Laço bem como a Associação de Criadores do Cavalo Pantaneiro (ABCCP).

Nos dias de hoje algumas coisas já se transformaram outras ainda serão modificadas, prova disso são as novas estradas, as pontes, os desmatamentos, até mesmo os caminhões que transportam o gado de fazenda a fazenda, ou da área rural para a urbana para minimizar o tempo gasto no transporte das boiadas, pois acaba lhes tirando a mão-de-obra. A modificação leva para o extermínio do viver e a ecologia nunca mais será a mesma. Os jovens pantaneiros bem que tentam, mas não são como antigamente.

Para o pantaneiro o viver na imensa área do Pantanal, com suas adversidades não apresenta nenhuma dificuldade, nem rusticidade, porque já está acostumado com isso.

Nos dias de hoje a tecnologia também contribui, mas as vezes é mais cara e a cobrança é com juros altos.

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